Comprar online é uma actividade cada vez mais comum em Portugal, consequência da transformação das formas de comércio tradicional – que obrigou muitas lojas físicas a esforçarem-se para atrair os clientes e modernizar-se.
De facto, sectores como o retalho estão empenhados em incentivar este crescimento, tornando as compras online cada vez mais user friendly. Pelos vistos, esta transformação está a resultar, uma vez que, segundo o estudo Observador Cetelem e-Commerce 2018, a grande maioria das pessoas compra directamente nos sites das marcas.
De acordo com a análise, citada pelo ECO, são mais de 80% as pessoas que escolhem comprar nos sites das marcas, enquanto 56% vão a plataformas agregadoras, como eBay e Amazon. As páginas de classificados, como o Custo Justo ou o OLX, são onde 24% dos consumidores compram. Mas como criar uma loja online? Será um bicho de sete cabeças? Neste guia o marketplace de serviços Zaask mostra que não.
Guia para criar uma loja online
O e-Commerce está cada vez mais competitivo, com a tecnologia a possibilitar websites mais inteligentes, envio mais rápido e uma maior exigência pela parte de clientes.
Passo 1 – criar a empresa online
O primeiro passo para iniciar uma loja de e-Commerce é ter uma empresa ou marca. Pode, por exemplo, fazer na Empresa na Hora ou no Balcão do Empreendedor no Portal do Cidadão.
Quanto a custos, podem ultrapassar os 582€ (360€ para criar a empresa na hora e se for uma empresa online custa 180€ + 200€ registar da marca, sendo que online fica por 100€ + 15€ a 22€ para registar o domínio, que é válido por um ano).
Escolha um domínio (.com, .pt, .net, .org, .eu, etc…) que identifique o website na Internet. A escolha do domínio é muito importante, pois pode inclusive ter influência no futuro tráfego que pode vir a ter.
Já escolheu o domínio? Agora só tem de registá-lo, é só fazer uma pesquisa online e comparar os preços e processos oferecidos. Algumas das empresas mais conhecidas de registo de domínios são a DNS, Domínios, GoDaddy, Ciberconceito e a AMEN.
Passo 2 – ter presença online
A segunda tarefa que deve realizar é alojar o domínio da empresa num servidor físico, nas instalações da empresa ou numa cloud. Depois, deve optar pelo tipo de presença na Internet:
a) Site institucional, onde pode expor o seu negócio – com ou sem produtos – mas sem hipótese de vender online. É um modelo para empresas que pretendem dar a conhecer o seu negócio mas que não querem vender através da Internet.
b) Loja online, onde permite a venda de produtos e o pagamento online dos mesmos. Indicado para quem pretende dar a conhecer o seu negócio e vender produtos e serviços na Internet.
Passo 3 – pensar operacionalmente
É muito importante planear como vai operacionalizar toda a estratégia de e-Commerce da sua marca, tendo de pensar em tópicos como o limite do espaço em disco, a análise dos indicadores do site, a ou as base de dados, o apoio ao cliente, o preço, entre outros.
Se está a pensar em vender online, deve pensar nos modos de pagamento que quer ter no website – não se esqueça que, quanto mais tiver, mais facilmente clientes efectuarão a compra. Há várias soluções de pagamento, tais como o cartão de crédito (VISA, MasterCard, MB Net, etc…), PayPal, referência multibanco, entre muitos outros. Perceba quais são as melhores soluções de pagamento online para o negócio e clientes.
Quase que nem é preciso referir que é necessária a abertura de uma conta bancária comercial para gerir as transacções financeiras online. Para isso, para além da conta é preciso criar um gateway de pagamento (aplicação para e-Commerce instalada num servidor remoto e mantida por uma operadora financeira que autoriza pagamentos de transacções online em sites de e-Business).
Passo 4 – escolher a tecnologia necessária
Se vai ter uma loja online vai precisar de um software que faça a ligação entre o site e infraestrutura que permita a clientes escolher e encomendar os produtos ou serviços, alterar encomendas e efectuar pagamentos.
Também deve optar por sistemas que permitam efectuar promoções, descontos, e outras formas de fidelização de clientes.
Ao mesmo tempo, é importante implementar um sistema informático de gestão empresarial (Enterprise Resource Planning ou ERP) que integre todas as funções mais importantes da gestão da empresa, que seja certificado e permita a emissão do ficheiro SAF-T para as Finanças. Da mesma forma, se for possível, aposte num sistema informático de gestão dos clientes (Customer Relationship Management ou CRM).
Passo 5 – fazer benchmarking e pesquisa de palavras-chave
Estes passos podem ser feitos em qualquer etapa do processo e já entra no âmbito do marketing. Aliás, é um processo contínuo. Teste em motores de busca como o Google e ferramentas de keyword research (como o Keyword Planner ou Ubersuggests) algumas expressões que considera serem utilizadas por potenciais clientes para verificar o interesse por temas relacionados com o negócio e observar o número de páginas apresentadas.
Simultaneamente, faça uma investigação sobre a concorrência directa e indirecta: registe as melhores práticas de marketing online e tente fazer melhor. Tente colocar-se na pele de cliente e tente chegar a conclusões que permitam implementar as melhores estratégias de modo a que optem pela sua loja virtual. Não se esqueça que, independentemente de todas as variáveis, ter o melhor produto é fulcral.
Passo 6 – estruturar o site
Comece a organizar toda a informação possível sobre os produtos ou serviços que tem para oferecer, nomeadamente categorias e subcategorias, características, descrição e vantagens, referências, preços, entre outros que achar relevantes.
Depois, chega a altura de decidir que páginas quer ter no site, que links deseja inserir, que menus, categorias e produtos quer apresentar, entre outros. O mais comum é criar uma homepage com algumas categorias básicas, como “Produtos e serviços” “Sobre nós”, “FAQ”, “Contactos” e “Mapa do site”.
Tire ideias de sites funcionais e apelativos e construa um design consistente, user friendly, com uma boa user experience e a mesma estrutura de navegação em todas as páginas. Ter bom pessoal de programação web pode ajudar nesta fase.
Passo 7 – testar a loja online
Depois de fazer upload dos conteúdos para o servidor, deve testar cuidadosamente o site várias vezes e de diferentes formas. Tenha especial atenção ao funcionamento dos links, compatibilidade com os vários browsers, resolução e compatibilidade do ecrã nos diferentes dispositivos e tempo de carregamento do site.
Passo 8 – promover o website
Agora falta pôr o marketing da sua empresa a mexer! Se não promover activamente a loja online, fica mais complicado angariar clientes. Pode apostar tanto em acções pagas, como orgânicas, sendo que hoje os conteúdos são muito importantes para que um site seja indexado e bem classificado nos motores de busca. Se não tem uma equipa de marketing, pode sempre pedir ajuda a empresas qualificadas.
Passo 9 – garantir o cumprimento de questões legais
Não se descuide com as questões legais! É importante obter junto da ACEPI a certificação para lojas online, assegurando o cumprimento dos requisitos legais.
Existem igualmente regras de obrigatoriedade de informação, prazos de devolução e protecção de dados dos consumidores, como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), a cumprir e que devem estar explícitas na informação sobre as condições de compra no website.
Vantagens de criar uma loja online
Além de ser uma solução fácil de implementar e gerir, uma loja online apresenta inúmeras vantagens, como ser um sistema de fácil e rápida implementação e ter uma “loja aberta” 24 horas por dia, 7 dias por semana, o ano inteiro.
Para além disso, o domínio pode ser personalizado, permite ter a informação das métricas em tempo real, tem a possibilidade de ser partilhado nas redes sociais, existe um controlo sobre os pedidos online, pode haver uma lista de envio de newsletters periódicas para clientes registados na base de dados e permite vários meios de pagamento.
Se precisa de ajuda para montar o seu próprio website, pode sempre contratar web developers de qualidade!
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