A elevada taxa de desemprego jovem é uma preocupação no nosso país e um pouco por toda a Europa. Ciente do impacto social e económico desta realidade a Adecco acompanha de perto esta problemática e está empenhada em contribuir para o aumento da empregabilidade jovem.
Um estudo colaborativo realizado pelo Grupo Adecco e pelo El Club de Excelência en Sostenibilidad revela que no início de 2018, Portugal tinha a quarta maior taxa de desemprego jovem da União Europeia (UE) – 22,2%. O valor diminuiu face ao período homólogo (25,4%), mas mantém-se elevado face a outros países como a República Checa (5,8%), a Estónia (6,5% em dezembro) e Alemanha (6,6%). Em 2017 a taxa de desemprego jovem em Portugal caiu 4,1 pontos percentuais situando-se nos 23,9%, uma percentagem que ainda assim é bastante alta. No total, cerca de 4 milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos não têm emprego na União Europeia.
O nosso país enfrenta uma situação laboral complicada neste segmento da população, mas não está sozinho. Na lista europeia de países com percentagem de desemprego jovem mais alta estão nomes como a Espanha, Croácia, Chipre, França, Eslováquia, Itália e Grécia que lidera o ranking com uma taxa de desemprego jovem de 50,3%. Malta é o estado membro com menos jovens desempregados – 7,2%.
Portugal reduziu a taxa de abandono escolar e aumentou a de licenciados em 2017. O número foi o mais baixo de sempre, mas ainda assim ficou aquém dos objetivos traçados no âmbito da Europa 2020, segundo o Eurostat. A taxa de abandono escolar precoce nos indivíduos com idade entre os 18 e os 24 anos, que completaram pelo menos o terceiro ciclo do ensino básico e que não estudam nem recebem formação profissional, fixou-se nos 12,6%, no ano passado. O objetivo nacional traçado para 2020 é chegar aos 10,0%.
Para a Diretora Geral da Adecco em Portugal, Carla Rebelo “estes dados são preocupantes não só para os jovens mas para a economia nacional como um todo. É necessário promover a integração dos mais novos nas empresas, integrando o seu talento e dotando-os de mais competências para o mercado de trabalho. Esse é um esforço que fazemos diariamente, através de várias iniciativas que permitem o acesso de cada vez mais jovens ao emprego, mas sobretudo na nossa atividade quotidiana de recrutamento e seleção de talentos para as empresas”.
Normas mínimas a nível da UE sobre a qualidade dos estágios, salários dignos para os jovens, acesso aos serviços de emprego e medidas adicionais, a nível nacional, para incentivar o empreendedorismo são algumas das recomendações feitas pelo Parlamento Europeu para combater o desemprego jovem. Este tem sido, aliás, um tema prioritário na agenda da União Europeia, que avançou com uma série de iniciativas de combate ao desemprego e abandono escolar. É o caso do programa Garantia Jovem e do Pacto Europeu pela Juventude.
O programa Garantia Jovem visa que num prazo de 4 meses após um jovem sair do sistema de ensino ou do mercado de trabalho, lhe seja feita uma oferta de emprego, de continuação dos estudos, de formação profissional ou de estágio. O objetivo é dar aos jovens uma oportunidade para apostar na sua qualificação e estar em contacto com o mercado de trabalho. Desde que foi lançado, em 2014, já registou 18 milhões de participantes, dos quais 11 milhões aceitaram uma oferta de emprego, de educação ou de estágio.
O Pacto Europeu para a Juventude reuniu líderes europeus do mundo empresarial, académico, político e da juventude para desenvolver ou consolidar parcerias de apoio à empregabilidade jovem e inclusão. O objetivo previa a criação de 100 mil novos estágios e postos de trabalho destinados a jovens entre os 15 e os 24 anos que não têm trabalho, educação ou acesso a formação. Tudo isto é articulado através de 28 planos de ação nacionais que foram apresentados no final de 2017 no primeiro European Enterprise Summit. Daqui resultaram 23 mil acordos, 160 mil novas oportunidades de trabalho e 3 propostas de políticas públicas com soluções a longo prazo.
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