Segundo o estudo elaborado pelo Instituto de Informação de Recursos Humanos “IIRH” com o patrocínio da Meta4 sobre o Impacto da transformação digital na Função de RH, os Recursos Humanos são, de uma forma gradual, cada vez menos vistos como uma função essencialmente focada na gestão administrativa dos funcionários, para se tornarem num departamento que importa na hora de tornar toda a empresa mais produtiva.
Nos dias de hoje, os RH são uma ferramenta utilizada para aumentar o desempenho global da empresa. Nota-se uma crescente valorização das pessoas, a sua satisfação, formação e progressão como uma forma de tornar as empresas mais completas, competentes e competitivas. Os responsáveis de RH participam cada vez mais nos concelhos de administração das empresas.
Outra grande conclusão passa pela interferência do aparecimento do digital neste departamento. Os novos programas e sistemas, que vêm corresponder às necessidades das empresas, vêm, ao mesmo tempo, acelerar a mudança de paradigma do que era, para o que são hoje os Recursos Humanos. Na sua nova tarefa, os RH têm como desafio a atração de talentos, aumento de contacto com os funcionários, antecipação de necessidades de formação e o reforço do compromisso laboral entre organização e colaboradores.
Os inquiridos são unânimes na importância dos projetos de transformação digital nas suas organizações, com 99% a responder que é imperativo para o sucesso dos negócios e acrescentam ainda que a transformação digital é um processo em que não é possível voltar atrás. Os procedimentos que estão mais digitalizados no departamento de RH são o Pay Roll, com 77%, seguido da administração de pessoal, com 64%, e de seguida, a avaliação de competências, com 56%. Destes, 88% afirmam também que a transformação digital já é um ongoing job contra 12% que dizem ainda não ter sido iniciada.
Para 88% dos inquiridos, a transformação digital impacta diretamente na função de Recursos Humanos, 11% defende que esse mesmo impacto é pequeno ou muito pequeno, e os restantes 8% afirmam que a sua implicação é grande ou muito grande. Os profissionais entrevistados apontam ainda como vantagens da transformação digital para o departamento de RH o melhor acesso à informação (86%), uma melhoria significativa na comunicação interna (70%), vantagens consideráveis no trabalho em equipa (69%), um maior número de serviços oferecidos aos colaboradores (46%) e um aperfeiçoamento da relação direta com colaboradores e clientes (45%).
Os profissionais que responderam a este estudo dizem que para iniciar a transformação digital nas suas organizações é necessário mobilizar todas as direções da empresa e sensibilizá-las ao digital (69%), criar uma cultura de empresa baseada no digital (56%) e digitalizar todas as direções das empresas (12%). Os mesmos apontam como principais travões aos projetos de transformação digital, em primeiro o custo elevado das ferramentas digitais (64% dos inquiridos), seguido das complexidades dos projetos (com 46% dos inquiridos a referir esta razão). A falda de adesão dos colaboradores aos projetos é apontada também como razão por 34% dos inquiridos, a direção de sistemas de informação ser mais à transformação digital em primeiro lugar, 32% e por último, com apenas 18% de respostas dos profissionais inquiridos, as direções administrativas e a direção geral serem mais refratárias à transformação digital. Para estes profissionais, o impacto da transformação digital no departamento de RH no sentido de redução de postos de trabalho é limitado, com 71% dos inquiridos a afirmar que a transformação digital do negócio não afeta o departamento de Recursos Humanos, 18% a afirmar que levará a uma diminuição do número de colaboradores e 11% acredita que levará ao recrutamento de mais colaboradores para este departamento.
Nas empresas da amostra, 51% delas utilizam instrumentos de e-learning, 46% utilizam redes sociais para a empresa e 23% delas já utilizam business inteligence e Big Data nos seus processos. Já os projetos digitais previstos para os próximos meses, nestas mesmas empresas são de gestão de carreiras, avaliação de competências e formação com 21% cada um destes pontos, administração de pessoal com 16% e recrutamento com 14%.
Este estudo envolve 740 profissionais de RH sendo que, 30% pertence a empresas com menos de 100 colaboradores, 55% a empresas com mais de 250 trabalhadores e os restantes 15% a empresas entre os 100 e os 250 trabalhadores. 71% dos inquiridos pertence a organizações com presença internacional e 51% são mulheres.
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