O último relatório da Gartner sobre a indústria mobile deve ter feito disparar campainhas de alarme nos estados-maiores dos grandes fabricantes. Os analistas prevêem o fim do boom do mercado de smartphones e apontam para um crescimento de um dígito já no próximo ano, qualquer coisa como metade do que aconteceu este ano.
A explicação dada pelos analistas é simples: todos os que têm dinheiro para ter um smartphone já compraram um. Só no último ano, foram vendidos 3,8 milhões de smartphones por dia a nível global.
A China, que era o mercado em grande expansão que manteve os fabricantes de smartphones com grandes crescimentos já está, de acordo com a Gartner, saturada, fundamentalmente com aparelhos das marcas chinesas como a Huawei e a Xiaomi.
Os fabricantes terão agora de se virar para o último grande mercado a conquistar, a Índia. Mas aqui, ao contrário do que acontece na China, a classe média e média alta não é tão forte.
A Gartner já havia alertado para que estávamos a assistir a uma estagnação do mercado mundial de smartphones, mas agora vai mais longe e aponta mesmo para um retrocesso das vendas. E o problemas que os fabricantes enfrentam é que têm as margens de lucro muito esmagadas, havendo mesmo informações de que a HTC apenas ganha 1,20 cêntimos de dólar por cada aparelho vendido. Para as companhias, a única solução é a venda em larga escala, mas se o mercado está saturado…
Apesar das previsões pessimistas, os tempos têm sido bons para os fabricantes chineses, nomeadamente para a Huawei, que dobrou a quota de mercado no último ano e aponta a ser o fabricante número 1 de smartphones a nível mundial nos próximos cinco anos. A Samsung estagnou as vendas este ano e a Apple sofreu mesmo uma quebra de 3 por cento.
E como se não bastasse a saturação do mercado dos smartphones, os analistas da Gartner apontam para outro problema: com a crise financeira que o mundo atravessou, o ciclo de vida dos smartphones ja não é de 24 meses. As pessoas agora têm mais relutância em fazer o up-grade para um modelo mais recente e só o fazem, em média, 30 meses depois da aquisição.
Além do mais, apontam, os “avanços tecnológicos tornaram-se gradual, em vez de exponencial”, havendo poucas razões para os consumidores irem a correr comprar o último modelo, que não lhes oferece assim tantas melhorias em relação ao anterior como acontecia há bem pouco tempo.
Via Engadget
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