A IBM Research e o Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia (IBN) de Singapura criaram uma “superbala” que pode combater todo o tipo de vírus, nomeadamente o ébola e o zika. A tecnológica anunciou que anos de pesquisa permitiram a criação de uma macromolécula química que ataca os virus e impede a sua propagação.
A grande dificuldade no combate aos vírus é a sua capacidade de adaptação. Nos mais agressivos, quando os cientistas descobrem antídotos, já o vírus sofreu mutações que tornam o combate ineficaz. O que a IBM e o IBM de Singapura fizeram foi procurar soluções fora do DNA e do RNA (ácido desoxirribonucléico e ácido ribonucleico) do vírus.
A superbala agora criada é uma macromolécula química e atua na única coisa dos vírus que não sofre mutação, as glicoproteínas que envolvem o vírus. Esta abordagem revolucionária teve frutos e já foi testada em laboratório com sucesso com vírus do Ébola, Dengue, Marburg, Influenza, Chikungunia, Enterovirus 71 e Herpes simplex. Os próximos testes vão ter como alvo o Zika, o vírus que provoca a macrocefalia das crianças quando a mãe é infetada durante a gravidez.
” As doenças virais continuam a ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade, ” disse o Dr. Yi Yan Yang , do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Singapura. ” Nós criámos uma macromolécula anti- viral que pode combater vírus astutos , impedindo que o vírus infecte as células , independentemente de«as mutações. A macromolécula não é tóxica para as células saudáveis e é segura para utilização . Este promissor avanço representa anos de trabalho duro e colaboração com uma comunidade global de pesquisadores. ”
Numa primeira fase, e já dentro em pouco, a macromolécula poderá ser aplicada em produtos de limpeza. De acordo com a IBM “o potencial de curto prazo poderia ser para aplicações, tais como um detergente anti-viral, o que exigiria uma pequena quantidade da macromolécula dispersa nm água para potencialmente neutralizar uma sala inteira infectada com vírus como o Ebola, por exemplo. As aplicações potenciais de longo prazo podem incluir o desenvolvimento de um novo modo de vacinação que poderia ajudar a prevenir toda uma categoria de infecções virais”.
Como atua a macromolécula
A macromolécula agora desenvolvida tem uma acção tripla que contribui para combater a infeção viral e sua replicação, ao mesmo tempo que inibe a resistência aos medicamentos.
Atração – Um componente especializado da macromolécula permite ligações de hidrogénio fortes com interações eletrostáticas para atrair as proteínas na superfície do vírus – inibindo a capacidade viral para infectar células saudáveis.
Prevenção – A manose (um tipo de açúcar) é uma componente da do ligamento macromolécula que liga diretamente aos receptores de células imunes saudáveis para ajudar a combater a infecção viral e permitir o livre fluxo destas células de proteção.
Neutralização – Outro componente da macromolécula, conhecido como grupos amina básicos, permite neutralizar o pH dentro da célula viral tornando-o inóspito para replicação.
“Com o recente surto de vírus como o Zika e Ebola, conseguir avanços na pesquisa anti-viral torna-se ainda mais importante “, disse o Dr. James Hedrick, investigador responsável do laboratório de materiais orgânicos avançados da IBM Research, Almaden, San Jose, Califórnia” Estamos muito animados com as possibilidades que esta nova abordagem representam, e estamos desejosos de colaborar com as universidades e outras organizações para identificar novas aplicações “.
O papper completo sobre a pesquisa está disponível em Macromolecules, mas a sua visualização é paga. pode optar por ler o comunicado da IBM na íntegra seguindo este link.
Via BGR
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