A notícia de que o arsenal nuclear dos é controlado por computadores dos anos 70 que ainda utilizam disquetes deixou muita gente desconfiada. Como é que podemos confiar numa tecnologia tão ultrapassada? Exatamente por isso.
Ter computadores IBM series/1 no Pentágono é a melhor defesa que os Estados Unidos podem ter contra eventuais ataques ao sistema de lançamento dos mísseis nucleares. Quem o afirma é Cris Thomas que é conhecido no mundo hacker como Space Rogue e foi um dos fundadores do grupo L0pht, célebre nos anos 90.
Para este especialista, “a grande questão de segurança que se coloca não é o computador com 40 anos, mas a qualidade da fechadura da porta da sala onde o computador está”.
E isto porque o facto de a tecnologia ser ultrapassada coloca grandes problemas a quem o quiser hackear. O mais provável, afirma Cris Thomas, é que o terminal nem esteja ligado à internet, pelo que um hacker teria de se sentar em frente ao terminal para causar alguns prejuízos. Daí a questão da fechadura.
“Desde que façam cópias regulares do software nas disquetes de 8 polegadas, para que não se degradem, e tenham a postos peças para o computador e novas disquetes, não há razão nenhuma para que o sistema não dure outros 40 anos”, afirmou o antigo hacker ao VentureBeats.
Mas é claro que Cris Thomas também vislumbra um problema: se uma máquina obsoleta torna tudo mais seguro, se alguma coisa correr mal também será muito mais difícil de reparar, uma vez que as linguagens de código que utiliza também estão ultrapassadas e hoje há poucos programadores que percebam de COBOL e FORTRAN.
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