O segundo romance de António Tavares foi este ano escolhido por unanimidade com o galardão máximo do Prémio Leya nesta sua sétima edição.
“O Coro dos Defuntos” distinguiu-se entre os 361 originais apresentados a concurso, provenientes de 14 países. Já em 2013, António Tavares não passou despercebido: foi finalista com “As Palavras que me Deverão Guiar um Dia” (edição Teorema, Grupo Leya em 2014) posteriormente galardoado no Festival do Primeiro Romance em Chambéry, em França, e finalista do Prémio Fernando Namora.
O júri presidido por Manuel Alegre e composto pelos escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, José Carlos Seabra Pereira, ensaísta e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, professora da Universidade de São Paulo, declarou, a propósito da sua escolha:
“Estamos perante um romance que tem uma construção sólida, conduzindo o leitor através de uma escrita que inscreve em paralelo o percurso do país e o do mundo ficcional, sem que um se sobreponha ao outro. (…) À versatilidade na composição da narrativa e no cruzamento de vozes e perspectivas corresponde a diversidade de personagens – realistas e simbólicas, típicas e insólitas -, num estilo que sabe combinar matizes tradicionais e actuais da língua portuguesa.
O que é também um aspecto original é o interesse de uma ficção que está sempre a surpreender, integrando aspectos de crenças e visões do mundo popular que tocam o fantástico.”
António Tavares, de 55 anos, nasceu em Angola, formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, é Pós-graduado em Direito da Comunicação pela mesma universidade. Foi professor do ensino secundário e, atualmente, exerce o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Escreveu peças para teatro e foi jornalista. Como romancista, obteve uma menção honrosa no prémio Alves Redol, atribuída em 2013 pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ao romance “O Tempo Adormeceu sob o Sol da Tarde”.
Com “O Coro dos Defuntos”, António Tavares oferece-nos uma viagem ao Portugal de 1968 até ao dia 25 de Abril de 1974, um período de intensas mudanças, da morte de um regime e do ressurgimento de outro, espelhado nos habitantes de uma aldeia – Cova da Beira – um retrato da última geração que vive esse momento histórico, a partir da leitura que essas pessoas fazem, nesse preciso momento histórico, de um modo de vida, de um país, de um mundo em constante mudança.
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