Estas são boas notícias a quem dedica muito tempo aos jogos de vídeo. Segundo um novo estudo canadiano, estes jogadores mostram uma maior capacidade de atenção visual, bem como têm uma maior propensão a usar uma parte do cérebro relacionada a estratégias de navegação (denominada núcleo caudado), mas não o local da memória espacial, o hipocampo.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que estes jogadores usavam mais o núcleo caudado, apresentavam uma diminuição da matéria cinzenta e uma menor atividade cerebral funcional no hipocampo.
Actualmente, e em todo o mundo, estima-se que estes jogadores passam cerca de três mil milhões de horas por semana à frente do ecrã de um computador. De facto, segundo dados do estudo, em média, um jovem, até aos 21 anos, gasta cerca de 10.000 horas a jogar. No entanto, os efeitos intensos que o jogo provoca no cérebro só começaram a ser estudados na última década.
Neste estudo, publicado no Proceedings of the Royal Society B, foi avaliado um grupo de jogadores adultos que passavam, pelo menos, seis horas por semana nesta atividade.
“Há mais de uma década que os investigadores demonstraram que os jogadores de jogos de acção têm uma maior capacidade de atenção visual; e o nosso estudo confirmou mais uma vez essa noção”, disse Gregory Ocidente, um dos líderes da investigação, numa nota enviada à imprensa. “Nós também verificámos que os jogadores usam mais o núcleo caudado do que os não-jogadores. Estudos anteriores demonstraram que as pessoas que utilizam mais essa parte do cérebro, apresentam um menor funcionamento no hipocampo. Isto significa que as pessoas, que passam muito tempo a jogar, reduzem a actividade do hipocampo, que está associada a um risco aumentado de doenças neurológicas, como a doença de Alzheimer “.
Os investigadores alertam, contudo, para a necessidade de estudar se existem ou não efeitos negativos na diminuição da actividade do hipocampo, relacionado com o sistema de recompensa humano.
Comentários