A revista Science elegeu o pouso do robô Philae no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko o maior avanço científico do ano de 2014. A façanha — o primeiro pouso controlado de uma sonda robótica na superfície de um cometa — foi realizada pela Agência Espacial Europeia (ESA) em novembro, e fez parte da missão Rosetta.
A missão Rosetta, que objetiva estudar as condições que existiam no início do nosso sistema solar, possui, além do módulo de pouso Philae, a sonda espacial Rosetta, responsável por levá-lo até o cometa. Esta sonda, lançada em 2004, orbita o 67P desde Agosto e já detectou e analisou moléculas de água, metano e hidrogênio presentes na tênue atmosfera do cometa, tendo levado os cientistas à conclusão de que a água deste corpo celeste congelado e a água da Terra têm origens distintas. (Leia mais em “Sonda Rosetta indica que a água da Terra não foi trazida pelos cometas“.)
Após um pouso nada suave — o Philae quicou algumas vezes sobre a superfície do cometa antes de se estabilizar — o robô recolheu e transmitiu informações científicas durante alguns dias, antes que sua bateria acabasse. Embora o local do pouso dificulte a captação de energia solar por parte do Philae, é possível que o módulo recarregue suas baterias apenas quando o cometa estiver mais perto do Sol em sua órbita.
Mesmo que o Philae continue apenas “tirando férias” no cometa, a missão terá informações suficientes para analisar a partir das observações da sonda Rosetta, que continuará a vigiar de perto o objeto conforme este se aproxima do Sol.
Apesar dos percalços da jornada rumo à exploração do 67P/Churyumov-Gerasimenko, segundo a Science, “[o]s dados dessas duas sondas espaciais já estão lançando uma nova luz sobre a formação e a evolução de tais cometas”.
Os leitores do TecheNet concordam com a eleição da Science? Para vocês, qual foi a descoberta ou feito da ciência mais relevante do ano que termina?
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