A quem interessa o problema da pontualidade em Portugal e o problema da qualidade?
Estão aqui nestas duas variáveis muitos pontos percentuais do potencial de crescimento do produto interno bruto e da competitividade em Portugal
A globalização das economias e dos mercados não se compadecem com práticas laborais sustentadas na precariedade daquelas variáveis. Elas explicam áreas geográficas do globo que vivem séculos económicos e sociais atrás do Ocidente.
Qual foi a concertação ou denominador comum encontrado para a orientação dos dinheiros gastos em formação profissional, comunitários e nacionais, que de preciosos passaram a ser simplesmente dinamizadores de consumo interno e de maus hábitos do empresário português?
A quem interessa a prática rotineira da descapitalização da maior parte do tecido produtivo português e do não reinvestimento dos seus lucros (gerados à conta de salários baixos) e de alguns mercados cartelizados? A promoção do emprego e da produtividade das empresas não passa por aqui? É ou não importante, esta temática, para o Diálogo Social? Castiga-se a descapitalização, facilita-se fiscalmente ou com outros instrumentos este tipo de empresário ou accionista socialmente irresponsável?
Lia-se, em temática relacionada com o microcrédito, que o desenvolvimento de alguns países terá que passar pela “capitalização” dos lucros gerados, em fábricas, máquinas e investigação, prejudicando a taxa de retorno do capital ou do accionista.
Em sede de concertação e diálogo social esta temática deverá incorporar a ordem do dia. Fala-se e comunga-se hoje o ambiente da responsabilidade social e da ética nas empresas (quer dizer-se, dos empresários). É ética a fraude e a evasão fiscal? O mal menor desta prática seria considerar aquela, como uma prática de dumping ou de deflação extraordinária da taxa de tributação fiscal, se àquela poupança, correspondesse mais investimento, mais formação, mais investigação, menos pobres, mais emprego. Mesmo assim continuar-se-ia a ter de falar de imoralidade social.
São responsáveis os empresários niilistas da motivação? São responsáveis os gestores que gerem os seus trabalhadores e as suas equipas com práticas intimidatórias, de desrespeito pelos valores do ser humano, os que provocam a intranquilidade social nas empresas?
São premiados aqueles cujo modelo de gestão assenta no primado da pessoa, na coesão das suas equipas, os que apostam na qualidade e na competitividade? São premiados os que geram valor num quadro de valores humana e universalmente aceites? São punidos os empresários que gerem sob a óptica do desperdício e que maltratam o ambiente (ausência total na preocupação da ecoeficiência)?
Na década de 2000, reforma-se a força de trabalho aos 40 anos de idade para melhorias da estrutura de custos versus produtividade. A competitividade do preço para os mercados externos é assim importante, quando, o mercado interno está por preencher e o aumento da oferta do valor produzido é necessário para o desenvolvimento de um país? Eu penso que a produção de valor “per capita” deve ser maximizado internamente para a seguir pensar-se, legitimamente, na competição direccionada para os mercados externos.
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