A sociedade Ponto Verde mexe com a Economia é o que nos dizem os resultados do balanço feito em relação às ações Ponto Verde sobre o impacto na sustentabilidade da gestão de resíduos urbanos onde a criação de emprego e o impacto na economia e no ambiente foram os principais indicadores avaliados.
As atividades de gestão de resíduos urbanos tiveram um impacte económico direto de 357 milhões de euros, permitindo também a criação de mais de 15.000 postos de trabalho diretos e indiretos. As conclusões são do estudo “Contributos da Gestão de Resíduos Urbanos para o Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, da autoria da consultora ambiental 3Drivers e do Instituto Superior Técnico.
A análise realizadadiz que a gestão de resíduos urbanos (RU) contribui para a Economia Verde uma vez que a melhoria do desempenho ambiental se encontra conjugada com o crescimento da riqueza e do emprego.
Pretende-se que os resultados continuem a somar e para isso existe já uma proposta que visa as ações a implementar até 2020. Por exemplo para o setor de gestão de RU pretende-se evolua no sentido de aumentar as taxas de recolha seletiva e de desviar RU de aterro com recurso a tecnologias de valorização material (nomeadamente a reciclagem multimaterial) – os impactes económicos crescem significativamente. No que diz ao impacte económico direto global das atividades de gestão de RU isto significará um aumento de 26%, para 451 milhões de euros.
Os efeitos no ambiente
O processo mais penalizador para o ambiente é sobretudo a deposição de RU em aterro, devido à elevada quantidade de resíduos que ainda são enviados e que apresentam elevado teor de materiais biodegradáveis.
Ao comparar a gestão de resíduos como um todo com a gestão de resíduos de embalagens verifica-se que o balanço ambiental da gestão das embalagens usadas é bastante mais positivo, sobretudo devido às maiores taxas de reciclagem que se verificam para este fluxo de resíduos e consequentes benefícios ambientais obtidos .
Tendo em conta o cenário que está projetado para o ano 2020 estima-se a redução das emissões em 47%, o que se traduz na poupança da emissão de 522 mil toneladas de CO2. Este desempenho deve-se não só à redução dos quantitativos enviados para aterro, sobretudo das frações biodegradáveis, mas igualmente do aumento previsto para a reciclagem dos RU.
Os efeitos no emprego
O estudo revela ainda que, em 2012, o setor empregava cerca de 11.700 colaboradores. A grande parte destes empregos (84%) está relacionada com a recolha indiferenciada de RU. A recolha seletiva emprega cerca de 1.400 trabalhadores.
Relativamente ao tratamento, a triagem é o processo mais intensivo em mão-de-obra, empregando cerca de 1.050 trabalhadores para gerir cerca de 400 mil toneladas de resíduos de recolha seletiva.
Por sua vez, a criação indireta de empregos é estimada em aproximadamente 3.400 postos de trabalho.
A evolução projetada para o ano de 2020 terá igualmente benefícios ao nível do emprego. Estima-se um aumento de 22% de empregos até 2020 comparativamente com 2012, com o emprego direto a subir para os 13.000 postos de trabalho e o emprego indireto a atingir 5.500 empregos.
Por isso agora quando pensar em reciclagem pense também no que isso representa para o nosso país em termos de emprego!
Imagem Cortesia de Free Digital Photos
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