Saber de onde vêm as boas ideias é um problema pelo qual o mundo inteiro está interessado. Todos nós queremos ter ideias melhores, ser mais criativos e queremos que nossas empresas e organizações sejam mais inovadoras a cada dia. Observando essa questão sob a perspectiva do mundo e do ambiente em que vivemos, Johnson identificou padrões recorrentes no sistema, em que se deparou repedidas vezes, e um deles ele batizou de “Palpite Lento”
A grande maioria das pessoas acredita que as grandes ideias nascem em um momento único de grande perspicácia ou de inspiração individual. Mas Steven Johnson, conhecido como o “Darwin da Tecnologia”, nos revela que elas não vêm em um surto repentino de inspiração. As idéias mais importantes levam algum tempo para evoluir e podem passar muito tempo em encubação, dormentes, como um palpite parcial. E só depois de alguns anos: 2, 3… 10 ou até 20 anos elas amadurecem e se tornam úteis de alguma forma. Em parte isso ocorre porque as boas ideias surgem do encontro de dois ou mais palpites menores, que só depois então se formam algo maior e mais grandioso do que eles próprios.
Ele desmistifica as grandes criações, afirma não são fruto exclusivamente de grandes gênios criativos, que em um único insight repentino, são capazes de criar algo que mudará para sempre a história. Mas sim pelo contrário, as grandes criações são resultado do amadurecimento e longa pesquisa, do exercício de pensar e, sobretudo, sob a perspectiva do ambiente que vivemos.
A imagem do gênio solitário que tem um estalo, portanto, não passaria de mito. “Os momentos eureca são raros. E, quando realmente acontecem, são resultado de um processo lento e evolucionário”.
“É importante lembrar que o grande propulsor da inovação científica e da inovação tecnologia sempre foi o aumento histórico na conectividade”, a busca por pessoas com quem pudéssemos trocar idéias, pegar emprestados palpites alheios, para de certa forma combina-los ou adapta-los aos nossos próprios palpites e assim transforma-lo em algo novo. Na opinião de Steven isso tem sido, mais do que tudo, o motor primordial da criatividade e da inovação nos últimos 600 a 700 anos.
No livro De Onde Vêm as Boas Ideias, o escritor busca encontrar um modelo no surgimento de descobertas científicas e inovações tecnológicas. O autor apresenta sete padrões fundamentais para investigar o desenvolvimento da tecnologia e da ciência no mundo.
- O possível adjacente: descobertas possibilitadas / preparadas por outras descobertas;
- Redes Líquidas: redes nas quais as informações se chocam constantemente;
- A intuição lenta: intuições que vão se construindo lentamente até se tornarem uma “descoberta”
- Serendipidade: descobertas feitas “aparentemente” ao acaso, acidentais;
- Erro: o erro como aprendizado;
- Exaptação: invenções de uma área que encontram aplicação em outra
- Plataformas: camadas superpostas ou processos generalizados de sedimentação do saber.
De acordo com Steven Johnson, todos podem ser inovadores, mas é preciso saber cultivar, amadurecer e compartilhar o conhecimento para que ele gere inovação.
O maravilhoso é que hoje temos tantas novas formas de buscar e encontrar pessoas que podem complementar aquela ideia que estamos trabalhando ou simplesmente nos deparar com informações novas que podemos usar para melhorar as nossas próprias ideias, que esta é lição mais importante de onde vêm as grandes ideias.
“O acaso favorece as mentes conectadas”, Steven Johnson
Resumo:
- As grandes ideias não surgem de surtos repentinos de perspicácia e inspiração;
- Ideias interessantes levam tempo para evoluir e podem passam anos adormecidas;
- As boas ideias surgem da colisão de pelo menos dois palpites menores, que formam algo maior do que eles próprios;
- É preciso informação, colaboração e ambientes que permitam o desenvolvimento da criatividade e da interação entre as ideias gerando inovação;
- As pessoas tem receio em compartilhar as suas ideias. Pode ser basicamente pelo medo de ser ridicularizado ou pelo medo lhe roubarem a ideia. Acredito quese deve compartilhar sempre que possível, ouvir opiniões e ideias alheias, e acima de tudo saiber filtrar o que é importante do que é pode ser apenas mais um obstáculo para o desenvolvimento do nosso trabalho. A conectividade é o grande propulsor da inovação
Fonte: UX.BLOG
Comentários