Ritmada pela cadência de um samba imaginário, ela ia: sempre em frente era o seu caminho. O gingado do seu quadril era música aos olhos dele [menino de sorte que, ao longe, vislumbrava as curvas do corpo dela]. Não pensou duas vezes: atirou-se curva abaixo… e acima… e abaixo outra vez! Pressentiu que o Universo finalmente respondera aos seus apelos e enviara aquela que exorcizaria todos os seus fantasmas. Os medos de outrora já não dormitavam naquele enorme par de olhos sorridentes, alegres só de vê-la passar. Logo ela, por vezes bruma leve, outras tantas vezes uma força da natureza.
– “Proclame-se!” – disse ele – “É chegada a minha tempestade tropical particular, o meu carnaval fora de época: ELA!”
Compôs um samba só para ver aquele corpo remexer, serpentear diante dos seus olhos. Do fascínio que habitava aquele peito, surgira a musa. A sua pátria era o corpo dela. Era lá que ele queria morar, dia sim, outro também.
CAssis, a Menina Digital
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