Determinada a explorar um nicho no mercado de dispositivos de baixo consumo, a Intel anunciou uma parceria para trazer seus pequenos processadores Quark de 32 bits para o mundo dos entusiastas de hardware Arduino. O resultado disso é a placa Galileo.
A Intel perdeu uma importante batalha nos primeiros anos da revolução dos smartphones e tablets, para se tornar um dos principais fornecedores de chipsets no panorama móvel. Este espaço tem sido ocupado por chipsets cuja especificação é licenciada à ARM Holdings. Mas a ARM não é a única a trabalhar no ramo de pequenos microprocessadores. Aliás, os dispositivos Arduino usam dispositivos ainda menores e têm uma melhor eficiência energética. Estas propriedades são devidas aos microcontroladores da Atmel de 8-bits. Obviamente, estes dispositivos não têm a capacidade de processamento dos da ARM, mas permitem uma flexibilidade de programação e inovação individual de entusiastas ou investigadores.
Foi provavelmente a pensar neste aspecto, que através de uma parceria com a Arduino anunciado no certame Maker Faire em Roma, que a Intel vai construir placas electrónicas Arduino compatíveis baptizadas como Galileo. Estas placas combinam a comodidade oferecida pelas placas Arduino com os processadores Pentium Quark de 32-bit da Intel.
“Através de nossos esforços contínuos na educação, sabemos que a aprendizagem hands-on inspira interesse na ciência, tecnologia , engenharia e matemática “, disse o novo presidente-executivo da Intel , Brian Krzanich , em um comunicado.
Massimo Banzi, fundador do projeto Arduino, salienta a importância de adicionar uma maior capacidade de processamento às placas Arduino. “Estamos entusiasmados por trabalhar com a Intel e de incorporar o desempenho da tecnologia da Intel pela primeira vez nas nossas placas de desenvolvimento “, referiu em um comunicado.
Os sistemas Arduino têm sido utilizados para uma grande variedade de projectos de hardware – entre eles, dispositivos de previsão meteorológica – táctil , lâmpadas controladas por gesto, e um sistema automático para servir cervejas. Na prática são uma boa ferramenta de aprendizagem para os alunos na área de engenharia electrotécnica .
As placas Intel Galileo vão ser compatíveis com o conjunto de possíveis aplicações actualmente existente na comunidade Arduino. Isto significa que qualquer aplicativo existente poderá continuar a ser executado. A intel pretende começar a vender as placas em Novembro e está neste momento a desenvolver parcerias com 17 universidades para incorporar as placas Galileo em projectos de académicos e/ou de investigação .
Lembramos que não é a primeira vez que alguém tenta adicionar uma maior capacidade de processamento a placas Arduino. O projecto de crowdfunding UDOO teve com objectivo juntar as capacidades de processamento do raspberry pi com a placa Arduino. Este último projecto reuniu os fundos necessários em Junho deste ano, o que significa que pode haver aqui um nicho muito interessante a explorar nesta área.
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