Carros a Gasolina, Gasóleo, Biodisel, Gás, electricidade e… AR!
Desde 1991 que o Francês Guy Negre desenvolve um motor a AR COMPRIMIDO. Sim, é mesmo verdade: um motor que faz circular veículos automóveis de vários tipos com um combustível disponível em grandes quantidades e totalmente gratuito: o mais famoso gás (ou mistura de gases) existente e sem o qual não podemos viver, o ar!
É na Riviera Francesa, em Nice, que está a sediada a MDI (Motor development International) dirigida pelo o inventor Guy Negre, conhecido pelos projectos de motores de formúla 1 de última geração. Hoje mantém a aceleração e pole position como criador do 1º carro comercial a energia eólica do mundo.
O motor eólico tem sido experimentado em vários tipos de veículo (van, carro, táxi, autocarro) e sabe-se já que um dia vão poder andar até 4500 Kms sem parar com um só tanque de combustível. Consegue imaginar isto? Ir de Portugal a França e voltar com 70€ de combustível?!
É no motor que está o ENGENHO! É de 4 cilindros com pistão como um carro comum no entanto com grandes diferenças:
– O motor pesa menos de metade de um motor normal, pois 80% dos seus componentes são de alumínio; porque não há combustão, uma vez que é movido a pressão de ar, o motor não aquece, mantêm-se apenas morno – logo, muito abaixo da temperatura de fusão do alumínio, o que permite o uso deste material várias vezes mais leve; em vez das pequenas explosões de gasolina e oxigénio empurrando os pistões como num motor comum este novo motor eólico tem ar comprimido que empurra o pistão do motor para cima e para baixo;
– Os tanques de ar foram outro dos grandes desafios! Estão situados por baixo dos bancos 3 cilindros de ar comprimido com uma pressão de 300 bars, o que representa 50 vezes a pressão dos pneus de um carro. Os cilindros são feitos de fibra de carbono, evitando assim a a explosão em caso de acidente como aconteceria se fossem de metal (a fibra de carbono apenas racha) e o chassi é feito de alumínio, medidas pensadas para ter como resultado um veículo leve a fim de melhorar desempenhos.
Quando forem lançados no mercado, estes veículos são uma óptima aposta como carros de cidade uma vez que têm uma autonomia de cerca de 200 Kms ou 10 horas e uma velocidade de 110 Kms/H.
Poderão ser recarregados em postos de ar comprimido (que poderão estar em Postos de serviço comuns) em apenas 2 a 3 minutos ou, ser ligados a um compressor que tratará da tarefa em 4 horas com um custo de 1,50€ de electricidade.
Para a condução em estrada e maior autonomia está planeado o uso de um motor híbrido a gasolina ou combustível bio para ajudar o motor eólico.
Prevê-se que estejam disponíveis motores de 2, 4 e 6 cilindros e que os preços a partir de 11.000€ para a Europa.
Mais ou menos ao mesmo tempo, noutro ponto do planeta, em Melbourne Austrália, Angelo di Pietro, um inventor de furos de quintal preocupado com a poluição dentro de hangares provocada pelo constante uso de troleys inventou uma versão movida a ar. Usa um sistema muito diferente do de Guy Negre e também muito simples. Concebeu um motor cerca de 10 vezes mais pequeno que o de um carro vulgar com design engenhosos e apenas 13 Kgs (Pietro tem já projectado um motor com apenas 6 Kgs). O ar comprimido faz mover um pistão rotativo que dá força ao eixo central, uma camada de ar acomoda a rotação do pistão. Como os elementos praticamente não se tocam, não há perda de energia com a fricção e logo não há também perda de potência.
Num carro normal quando finalmente a energia chega às rodas para fazer o carro andar é já só de cerca de 16%. Neste modelo eólico será bastante mais eficiente pois o motor e o carro em si são leves.
Este motor já foi testado em barcos, carros, motos e é suficientemente poderoso para rebocar cargas pesadas.
Estes motores eólicos, conquanto representem grandes desafios, representam também grandes recompensas: veículos cuja única emissão do tubo de escape é ar limpo e respirável, que não explode, não é tóxico, é seguro, gratuito e disponível em enormes quantidades. Uma invenção que ajuda a saúde das pessoas e do ambiente e que permite criar muito empregos.
A Indiana Tata Motors concluiu em 2011 com sucesso o teste ao projecto de Guy Negre em 2 modelos de veículos e diz que o desenvolvimento do projecto entrava assim numa nova fase com a MDI.
Peugeot-Citröen, Bosh adaptaram esta tecnologia e desenvolveram um híbrido que se prevê estar no mercado em 2016.
Enquanto esperamos ansiosos por estes veículos, pensamos no quanto a expressão “lufada de AR fresco” faz sentido neste caso!
Comentários