A Proteste declarou através de uma nota oficial divulgada no último dia 29 de abril que os consumidores não devem se apressar na adoção do 4G. De acordo com a entidade, que atua na defesa e no fortalecimento dos direitos dos consumidores brasileiros, o lançamento desta nova tecnologia pode ser caracterizado como propaganda enganosa porque aparelhos e planos que atualmente são caros acabarão por ser operados em frequências destinadas ao 3G.
Juntamente com a Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET), a Proteste encaminhou um ofício a Anatel pedindo esclarecimentos acerca da introdução do 4G no Brasil. Para a entidade, a Anatel não deveria permitir a comercialização dos atuais planos que se caracterizam como 4G, mas cuja cobertura ainda é restrita. “Inicialmente o 4G funcionará na frequência de 2,5 Ghz, com baixo desempenho para locais fechados, o que implicará na utilização de outras faixas de frequência relativas ao 3G e 3G Plus para se obter as velocidades prometidas”, disse a associação.
Em vista disso, o presidente da Anatel, João Resende, e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, aproveitaram o evento de lançamento do 4G da Vivo, em São Paulo, para saíram em defesa da nova tecnologia. Quando questionado, Resende afirmou que a melhor opção é “encher” de reclamações as centrais de atendimento das operadoras caso a tecnologia não funcione. “Seria antieconômico não apostar na nova tecnologia. Não vamos ficar tutelando a opção do consumidor”, completa.
No ofício encaminhado no último dia 29 de abril, a Proteste afirma ainda que existem aparelhos vendidos atualmente que sequer operam na banda de 2,5 GHz, muito menos na banda de 700 MHz que, apesar de ser a mais abrangente, só deverá entrar em funcionamento nos próximos dois anos. Portanto, o ideal seria orientar os consumidores a respeito dos aparelhos e suas características a fim de não correrem o risco de adquirirem equipamentos caros que deverão ser trocados num curto espaço de tempo.
Já o ministro das Comunicações afirmou, também durante o lançamento do 4G da Vivo, que o consumidor é “inteligente” e saberá fazer suas próprias escolhas. “Teremos no Brasil o primeiro grande teste do 4G no mundo”, concluiu.
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