A Google anunciou que criou uma nova versão do motor de renderização WebKit denominada Blink. A empresa descreve o Blink como uma comunidade Open Source que apresenta um novo mecanismo de renderização baseado no WebKit que, ao longo do tempo, vai naturalmente evoluir numa direcção diferente.
O Blink, segundo a Google vai ter como principal prioridade a velocidade e simplicidade. Em breve, o Blink vai estar disponinível nos vários canais de desenvolvimento do Chrome, para que os usuários possam ter acesso às primeiras versões do Chrome com o novo motor nos seus desktops, telefones e tablets num futuro próximo.
Por enquanto, os programadores que trabalham no desenvolvimento do Chromium (projeto open-source por trás do Chrome e Chrome OS) não vão notar muitas diferenças já que a maior parte do trabalho vai se concentrar em melhorias internas e ao nível da arquitectura. Mas a Google referiu que será capaz de “remover mais de 7.000 arquivos que contêm mais de 4.5 milhões de linhas de código.” A gigante norte-americana, acrescentou ainda que o processo pelo qual o WebKit vai passar irá resultar em uma base de código saudável “que vai oferecer mais estabilidade e menos bugs”.
Segundo o TechCrunch a decisão da Google criar o seu próprio motor de renderização web, não se deve a problemas entre a colaboração com os vários engenheiros de outras empresas que trabalham no WebKit (que refere como fantástica). A decisão de criar uma modificação do WebKit foi inteiramente das equipas de engenharia da Google e baseada no facto de que os engenheiros se sentiram constrangidos pela complexidade técnica de trabalhar dentro deste ecossistema.
Esta decisão claramente não foi feita de ânimo leve, aliás terá mesmo apanhado de surpresa os mais altos cargos de gestão da Google que pediram mais esclarecimentos e justificações sobre este desenvolvimento. No final, a decisão foi tomada para reduzir a complexidade técnica da evolução do motor de renderização do Google para uma direcção que a equipa queria ir.
Alex Komoroske um responsável da Google, referiu que a arquitectura de multi-processo do Cromium é muito diferente do resto do WebKit. O facto de a Google ter de conciliar a sua arquitectura com o caminho que o WebKit estava a seguir era um ponto de estrangulamento que estava a “atrasar ambas as partes”, referiu Komoroske.
O projeto WebKit foi iniciado da Apple depois de a mesma também ter modificado o motor de renderização KHTML do KDE para o usar no seu browser Safari. A Apple anunciou em 2005 que iria abrir o código fonte do WebKit, e a Google, aproveitou para o adaptar para o seu navegador Chrome. Curiosamente, o Google realmente usou uma versão modificada do WebKit nos primeiros tempos da existência do Chrome mas depois conciliou os seus esforços com o restante do projecto.
A nova direcção adoptada pela Google para o seu browser levantou outra dúvida. Algumas semanas atrás, a Opera anunciou que iria parar de desenvolver o seu próprio motor e mudar para o WebKit, também, através da adopção do Chromium como base para seus browsers. Mas a Opera já veio anunciar que vai acompanhar a Google na seu novo projecto e irá adoptar o Blink. São novos desenvolvimentos que oferecem a garantia de uma maior diversidade de tecnologias que estão por detrás do seu Browser.
Após a Opera ter abandonado o seu motor de renderização “Presto”, muitas vozes tinham demonstrado preocupação nos média na falta de diversidade tecnológica dos browsers, o que poderia levar no limite a uma diminuição pela competição tecnológica que faz avançar a internet. Com o Blink, suportado sobretudo pela Google (com a ajuda da Opera), o Webkit, suportado pela Apple, Gecko suportado pela Mozilla, e o Trident suportado pelo Microsoft, temos finalmente o regresso a uma competição feroz no campo dos Browsers. Via; Chromium Blog
Comentários