Há alguns dias a Samsung anunciou o smartphone Galaxy S4, um belo aparelho, que deve chegar ao Brasil no próximo mês. Desde então tenho lido muitos artigos em sites de tecnologia onde se afirma que a Apple está em declínio e que a Samsung é a nova Apple. O anúncio do “supersmartphone” num evento pomposo em Nova Iorque parece ter tirado a fabricante sul coreana da posição de mera competidora para, enfim, colocá-la na condição de empresa inovadora. Mas será que é isso mesmo?
Sinceramente, eu não acredito. Não duvido de que o Galaxy S4 seja um grande smartphone e um rival à altura do iPhone. Principalmente por conta dos grandes recurso incluídos na câmera (justamente o calcanhar de Aquiles do iPhone). No entanto, é preciso mais do que apenas um bom hardware e uns bons truques de câmera para o Galaxy S4 ser considerado um matador do iPhone. Embora ele seja, aparentemente, o smartphone com as maiores chances de chegar a isso no momento. Mas matar, não. Para matar o iPhone a Samsung vai ter que fazer mais.
Para isso não basta ter apenas o melhor smartphone. Isso a Samsung não tem e talvez nunca venha a ter. E, mesmo que tivesse, falta à ela o tipo de empatia que a Apple tem com o consumidor. A gigante de Cupertino conquistou milhões de clientes ao longo dos anos por causa de sua coragem de oferecer às pessoas produtos inovadores e não por ceder aos modismos. Por manter-se coerente com a sua filosofia de tentar oferecer a melhor experiência de uso, integrando hardware e software de uma forma que nenhuma empresa jamais fez até hoje.
Claro, muitos dirão que a Apple está decadente. Que perdeu sua capacidade de inovar quando seu co-fundador, Steve Jobs, faleceu. Em parte isso pode ser verdade. Sobreviver à morte do fundador deve ser um grande desafio para qualquer empresa. Como diz aquele ditado: é o olho do dono que engorda o gado. E com a Apple não deve ser diferente. Disso ninguém duvida. Por outro lado é preciso lembrar que Jobs muitas vezes cometeu erros e insistiu em posições equivocadas.
Diversas passagens na sua biografia exemplificam isso, como no caso do Macintosh, que acabou apelidado de “torradeira bege” porque Jobs insistiu em não incluir uma ventonhia, pois acreditava que isso quebrava a calma do computador. E não vou nem falar do Lisa, fruto da sua teimosia e do seu campo de distorção da realidade. Agora, finalmente longe desse campo, a empresa tem um grande desafio pela frente. Lembrando o famoso discurso de Steve Jobs em Stanford, com o iPhone 5S, o iWatch, ou qualquer que seja o produto que venha por aí, a Apple terá a oportunidade de mostrar o quanto continua faminta.
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