A inovação é um dos pilares das grandes oportunidades de negócio. Mas, o “timing” revela-se como um factor essencial que potencia a inovação. É talvez a conjunção destes dois factores com outros que fez da Apple o gigante tecnológico mais bem sucedida da actualidade. Mas se a Microsoft em 2009 tivesse lançado um tablet, será que o mercado destes dispositivos hoje seria diferente?
O Surface pode ser o primeiro tablet na história da Microsoft, mas segundo novos indícios a empresa sediada em Redmond já tinha planeado este dispositivo desde o lançamento do Windows 7. Uma nova notícia de investigação da ExtremeTech relativa às razões da partida de Steven Sinofsky, o responsável da Divisão do Windows, refere que a Microsoft mostrou interesse em desenvolver um tablet com o Windows 7. Sinofsky no entanto, na altura não concordou com esses planos.
Ao que se conseguiu apurar junto de fontes na Microsoft, existia um braço de ferro entre Ballmer e Sonofsky. As várias discussões entre os dois deixavam o CEO da Microsoft insatisfeito e este foi um dos tópicos onde havia sérias divergências. Segundo as mesmas, alguns parceiros OEM da Microsoft, aparentemente desenvolveram um design de referência para um tablet pronto a tempo do Windows 7. Apesar do entusiasmo dos parceiros da Microsoft em agarrar esta oportunidade, Sinofsky recusou-se a adicionar suporte para tablets no Windows 7 .
Estes novos indícios revelam ainda que a Microsoft realmente começou a trabalhar no projecto do Surface, em 2009, na mesma altura em que o Windows 7 estava a receber as últimas correcções para ser disponibilizado para o público. O mais surpreendente é que estes eventos se passaram antes de a Apple lançar o iPad (que apenas saiu em Abril de 2010), o que significa que a Microsoft teve uma boa chance de obter uma grande vantagem contra o seu rival ou mesmo assegurar uma boa fatia deste mercado.
Foi apenas quando a Microsoft começou a trabalhar no Windows 8 como um projecto ambicioso com o objectivo central de possuir uma navegação optimizada para o toque, que Sinofsky finalmente reconheceu que a Microsoft precisava manter-se competitiva com empresas como a Apple e a Google e inovar um pouco mais, fazendo uma transição dos actuais utilizadores do Windows desktop para um novo paradigma.
Fontes familiarizadas com o Windows 8 também afirmaram que foi Sinofsky quem insistiu para o botão de iniciar do Windows fosse removido. Ao que parece esta decisão foi controversa mesmo dentro da própria Microsoft, já que a empresa já previa que a falta de um Menu Iniciar poderia despoletar uma avalanche de críticas de usuários confusos.
Segundo estes novos dados tudo parece indicar que Steven Sinofsky foi demitido pelo CEO Steve Ballmer, mas o motivo ainda não foi divulgado. Se confiarmos em todos os rumores relativos à crescente tensão entre os dois executivos da Microsoft, então facilmente se percebe a razão porque Ballmer não tinha outra escolha a não ser ter que substituir o chefe da divisão de Windows.
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