A concorrência é uma mais valia para tornar os preços de um produto mais atractivo ao consumidor. Se olharmos para o mercado de processadores móveis tem sido populado por fabricantes como a NVidia, Qualcomm, Samsung e Texas Instruments (excluindo outros fabricantes chineses). Contudo, este mercado altamente competitivo tem reduzido as margens de lucro para todos os intervenientes e provoca agora uma baixa significativa.
A Texas Instrument (TI), anunciou que irá reduzir a sua produção de processadores para dispositivos móveis progressivamente com o objectivo de abandonar o mercado de dispositivos móveis. A empresa norte-americana de semi-condutores pretende mudar o seu mercado alvo para outras oportunidades de negócio em sistemas embutidos. Apesar desta “baixa” nos smartphones e tablets, a empresa anunciou que irá continuar a suportar todos os seus parceiros desta indústria com soluções da TI.
O foco da TI parece passar por incluir os seus chipsets em novos sistemas de navegação de veículos automóveis, ou apostar em mercados mais emergentes como o cinema em casa. O Facto de a Apple e a Samsung optarem em desenvolver a sua própria arquitectura de processadores e partilhar entre si a distribuição (neste caso apenas originária da Samsung), parece andar a esmagar as margens de lucros de outros fabricantes de SoC (System on Chip). O facto de um aliado clássico da TI, a Motorola ter apresentado recentemente um smartphone com um processador Medfield da Intel, pode ter sido a gota de água para a empresa ter tomado esta decisão.
Contudo, existem ainda alguns equipamentos usados neste mercado que dependem deste processador. Por exemplo o novo tablet/ebook reader Barnes & Noble’s NOOK HD inclui um chipset da série OMAP4xxx. A RIM por exemplo tem sido um dos fabricantes que tem dependido da TI para fornecer chipsets para vários modelos da empresa canadiana, nomeadamente o Blackberry Playbook (tablet).
Esta notícia apenas comprova que a competição entre os principais fabricantes de chipsets é bastante elevada chegando ao ponto de esmagar as margens de lucros das empresas. Parece-nos um sinal que o mercado de dispositivos móveis começa cada vez a ser menos atractivo e está a se adaptar à procura. Outro factores como a contracção de algumas economias na zona euro que se traduz numa venda menor de dispositivos móveis de alta gama não parecem contudo serem alheios a esta problemática.
Apenas esperamos que esta decisão da TI, não resulte num aumento de preços neste mercado que agora abandona e que isto seja apenas o inicio de uma adaptação do mesmo à procura, ou seja a sobrevivência dos mais fortes e que isto não prejudique o consumidor final. Deixamos apenas uma questão no ar, será que iremos ver no futuro sistemas embutidos com processadores da TI a competir em nichos de mercados à semelhança da Raspberry Pi? Teremos que esperar e estar atentos a novos desenvolvimentos da estratégia da TI. Via FT
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