Como as marcas olharam para o MWC2012
Durante quatro dias o mundo do mobile esteve focado em Barcelona. O Mobile World Congress não é apenas mais uma feira setorial. É o maior evento da indústria. E como é que a indústria olhou para a edição de 2o12?
É um exercício interessante percorrer as extensas naves da Fira de Barcelona e tentar perceber o posicionamento e as expetativas das marcas relativamente ao momento da indústria.
Percebemos claramente quais as que apostam forte no ano, as que estão de boa saúde mas não querem perder o momento e aquelas que olham para a indústria com sobranceria.
E como é possível ter essa perceção? Muito simplemente caminhando pelos pavilhões, olhando para as novidades, analisando a decoração… e comparar com o que vimos em anos anteriores.
Numa iniciativa da indústria mobile em que a Apple se coloca de fora, quem será a empresa raínha. Se pensou em Google, pensou muito bem. O Android domina o congresso sem que a Google se esforce muito. Aliás, não se esforçou rigorosamente nada…
O espaço Android foi já descrito por outros blogs como sendo o mais “cool” do evento, mas confesso que foi aquele que mais me desiludiu. Ao contrário do ano passado, em que quando vi a animação e o escorrega fiquei bem disposto. Então o que é que mudou no espaço Android para me fazer mudar tão radicalmente de ideias?
Rigorosamente nada!
O grande problema do espaço Android foi não ter mudado rigorosamente nada. O mesmo escorrega, os mesmos Android gigantes… entrar-se no espaço da Google foi como recuar um ano. Não havia qualquer sentimento de novidade, o que diz muito da forma como a empresa olha para o mercado do alto da sua posição dominante. O Android pegou de estaca como o SO mais utilizado no mundo e a Google não viu necessidade de investir em novidades no seu espaço. Não precisa, porque reina.
Quem também não alterou em nada a sua presença no MWC foi a RIM e os seus Blackberry, talvez pelo ano negro que atravessou.
A Samsung também reina como fabricante de smartphones, mas enfrenta o mercado com uma filosofia diferente.
Num ano em que não apresentou grandes novidades e se limitou a atualizar vários produtos, de acordo com responsáveis da marca (O Galaxy Note 10.1 é uma novidade forte, mesmo assim), a Samsung não moderou a sua presença. O esquema das apresentações é semelhante – até o animador é o mesmo – mas para onde quer que olhássemos tinhamos a marca coreana e o seu Galaxy Note omnipresentes. E não só dentro das instalações da feira, mas no centro de Barcelona.
Destaque ainda merecido para a HTC e para a LG que continuam a escolher o MWC para os seus grandes lançamentos. Lançamento que marcou estes dias em Barcelona foi a do Padfone da Asus, uma empresa que opta por um posicionamento discreto, fazendo da sua presença no MWC uma oportunidade de fecho de negócios e de parcerias e não um momento de marketing de massas.
Quem por seu lado apostou forte na edição de 2012 do Mobile World Congress foi, como era previsível, a Nokia que reformulou completamente a sua presença e foi uma das grandes animadoras do evento. Curiosamente, a Microsoft tinha um stand minimalista e montou o seu quartel general num hotel fronteiro à entrada principal da Feira de Barcelona.
Como quem diz: Eu estou cá, mas ainda não estou muito confortável neste mundo.
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