No que diz respeito à tecnologia que o integra, este Note pode ser considerado como um irmão mais avantajado do fenómeno de vendas da Samsung, o Galaxy SII: tem as mesmas câmaras, o mesmo processador e o mesmo tipo de tela com o SuperAmoled Plus a tornar vivas e vibrantes as cores.
Mas isso é o que menos importa numa análise a um aparelho como o Galaxy Note. É nas funcionalidades que está a diferença e, por isso, devem ser essas mesmas questões a serem alvo da nossa atenção numa análise àquela que é a grande aposta de momento da marca sul-coreana.
Um teste sem rede
O Samsung Galaxy Note tem integrada uma S-Pen que nos permite escrever e desenhar diretamente no ecrã. Daí que se possa afirmar que se os smartphones tinham conseguido aumentar a nossa produtividade, o Note leva o que podemos fazer com este tipo de gadgets a um novo patamar.
O Tech&Net testou o Note sem rede, diretamente num ambiente profissional e de grande exigência. A Samsung entregou-nos o Galaxy Note para teste no primeiro dia do Mobile World Congress. Ou seja, sem nunca termos mexido no aparelho, começámos logo a utilizá-lo como instrumento de trabalho. E o que podemos afiançar é que o Note esteve à altura das exigências.
Tirar notas com o Note
A primeira app que se começa a utilizar é o S-Memo, um bloco de notas que é o coração das novas funcionalidades que o Note permite. É fácil e prático tirar notas de entrevistas com este Galaxy (se olhar atentamente para a foto e não perceber os meus apontamentos, o problema deverá ser seu, porque fiz uma letra bem desenhada e que tanto eu como o meu médico percebemos ;D).
Aqui vemos que os engenheiros e os designers da Samsung estudaram bem o produto, porque quando o começamos a utilizar verificamos como bloco de apontamentos verificamos que o Note não é demasiado grande nem pequeno. Tem o tamanho perfeito.
Neste caso não tenho medo da palavra perfeito. Nos meus mais de 20 anos como jornalista foram milhares os blocos de notas que utilizei e cedo acabei por me tornar adepto do bloco de tamanho A6, aquele que é passível de ser segurado com uma mão. Pois bem, qual é o tamanho do Note? Adivinharam!
Daí considerar extemporâneas as críticas que dizem que o Note é demasiado grande para um telefone. É preciso experimentar e ter sempre presente que as chamadas telefónicas são apenas uma das muitas funções do Galaxy Note. Não é muito prático levarmos o smartphone ao ouvido para telefonarmos, é até um pouco cansativo pela posição da mão, mas tudo se resolve com os auriculares que vêm com o Note ou com um dispositivo Bluetooth.
Para criativos
As potencialidades do S-Memo são imensas: funciona como bloco de apontamentos, permite editar fotografias e fazer foto montagens e o menú é bastante intuitivo, com quatro tipos de traço – caneta, marcador, lápis e pincel – e costumização do tamanho e cor do traço (e abro aqui um parentesis para dizer que todas as imagens deste post foram por nós feitas com os recursos possibilitados pelo Galaxy Note. Atenção, não dêem nota artística, limitem-se a constatar as potencialidades).
O Galaxy Note é um aparelho que vai fazer furor entre os criativos. A panóplia de possibilidades e a certeza que a tecnologia da S-Pen empresta ao traço fazem deste smartphone uma ferramenta que pode ser de eleição para designers e artistas.
Mas não só. Com a partilha de ficheiros e a possibilidade de fazer anotações rápidas tornam o Note um instrumento de produtividade e de trabalho colaborativo. Além do mais, todos os ficheiros feitos no S-Pen podem ser incorporados no calendário. O que quer dizer que também pode colocar memos de voz, porque no S-Memo pode introduzir notas, fotos e gravar sons.
É por isso que não se pode analisar este Note como se o fizéssemos em relação a outro qualquer smartphone. Porque este Galaxy é mais do que um smartphone e a S-Pen é o instrumento da diferença. Com ela fazem-se screenshots de todo o conteúdo apresentado no ecrã – de fotografias a páginas web – e também com ela todas essas imagens podem ser editadas e partilhadas.
Quer isto dizer que o Galaxy Note é um produto perfeito? Aqui a palavra já não se adequa. O Note denota ainda alguma falta de maturidade de produto. Um exemplo: uma das funções mais apetecíveis é a que permite o reconhecimento de escrita com a s-pen e sua transformação em texto. Até dou de barato que a minha letra não seja facilmente reconhecível, mas nem com a da professora que existe cá em casa teve positiva. É verdade que o Note vai aprendendo e pode ser que com um tempo de aprendizagem mais dilatado se consigam resultados satisfatórios, mas o mais certo é que se desista de ensinar o Note antes disso.
Outra das fragilidades do Note é a falta de apps que explorem as potencialidades da S-Pen. A Samsung tem uma loja da apps exclusiva para a gama Note, mas ainda são poucas as apps disponibilizadas e nem todas funcionam (pelo menos connosco aconteceu com duas do mesmo fabricante. Com a aposta no Note pode ser – tem de ser – que o número e a qualidade de apps próprias cresça.
Depois de experimentarmos o Samsung Galaxy Note percebemos o porquê da aposta da marca neste novo segmento. A Samsung deve estar mesmo a criar um novo segmento do mercado mobil, o que é um feito. E a prova é que o primeiro concorrente direto ao Note já apareceu no Mobile World Congress pela mão da LG. A possibilidade de escrita direta no ecrã abre novas potencialidades em termos de produtividade e os consumidores parecem estar preparados para esta mudança de comportamentos. A Samsung, por seu lado, prepara o novo round com a chegada do conceito Note aos tablet, com o Galaxy Note 10.1 a chegar até ao final deste segundo trimestre.
Em jeito de despedida, e antes das nossas notas, aqui fica um pequeno clip feito com o Note, para que possa verificar que continua com toda a qualidade da câmara que já conhecíamos do Galaxy SII.
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