Novidades nas redes sociais: Google Plus aberto e “like” do Facebook com companhia
Dia alucinante nas redes sociais. O Google Plus passou a estar aberto a (quase) toda a gente e o Facebook vai ter novos botões ao lado do “Like”. o caráter diferenciador do G+ obrigou as redes sociais mais antigas a reagir e a inovar. Anuncia-se uma guerra de titãs.
A Google anunciou que após noventa dias de testes, a participação no Google Plus deixou de estar sujeita a convite. A partir de agora todos os que quiserem podem aderir ao G+ e participar naquela que é a rede social da moda. Todos? Não! A Google continua a sua política de não permitir a utilização de pseudónimos e o G+ apenas permite a entrada de maiores de 18 anos. As novidades foram ontem anunciadas no blog do Google Plus Project por Vic Gundotra, vice-presidente da companhia.
Também no Facebook se anunciam novidades. A partir da noite da próxima quinta-feira o botão Curtir/Gosto vai estar acompanhado por outras opções: Lido, Ouvido, Visto e Quero. Ainda não é o Não Gosto pedido por muitos dos usuários, mas é mais um grande passo no sentido de uma maior interatividade
O Google Plus pelos “plusers”
O surgimento do Google Plus em Julho abanou as redes sociais instaladas. As inovações do G+ obrigaram Facebook e Twitter a sair do marasmo em que se encontravam e a responder ao êxito e ao crescimento impressionante da nova rede que em menos de dois meses – e ainda fechada – conseguiu 25 milhões de usuários e tem no bilhão de utilizadores do Gmail uma base de crescimento impressionante.
O sucesso da rede social lançada pela Google explica-se facilmente. “O Google Plus não é só Facebook, é também Twitter”, afirma o jornalista André Barbosa num comentário a um post por nós publicado no G+. Assim é. A nova rede social aproveita o que de melhor têm os seus mais diretos concorrentes e introduziu inovações como as conversas de vídeo e um sistema de partilha diferenciado intuitivo por círculos de contatos. A opinião dos membros da nova rede é positiva, se bem que muitos se queixem de que ainda tem poucas pessoas. Leo Drachi diz exatamente isso: “Gostei do Google Plus mas é pena não ter muita gente”. É como ser dos primeiros a chegar a uma festa: A noite promete ser animada, mas a sala vazia constrange-nos.
Sérgio Silvestre, responsável pelo Marketing da Wedo Technologies, utiliza o G+ como um blog pessoal, postando mensagens públicas que partilha nas outras redes e faz uma comparação entre as várias redes: “O facebook é a mais “pessoal” das redes neste momento (e onde estou menos). Twitter a rede que mais valorizo no dia a dia. O Linkedin é a unica verdadeira rede social na minha opinião (com enfoque profissional) já que a maioria das pessoas no Linkedin tem objectivos muito semelhantes tornando a rede bastante mais efectiva que as restantes. Detesto o conceito dos jogos associados a redes sociais (coisas terminadas em ville dão-me imediata nausea) e por esse motivo temo que o G+ vai sofrer muito rapidamente do maior problema do FB…” O Google Plus também aqui inovou, tendo um stream exclusivo para os jogos e evitando assim que as pessoas recebam notificações de aplicativos utilizados pelos jogadores. Já para o antropólogo Carlos Mendes, a principal vantagem está na separação por círculos: “Acabo por usar o Facebook como leitor de feeds, ainda que mau, por conveniência. Por isso, até agora, a principal vantangem do G+ para mim é a possibilidade de separar streams de diferentes círculos. Assim, posso ler o lead de uma notícia sobre a seca no Corno de África, sem ser seguido de um post com um desabafo sobre ralações domésticas”.
Mas nem tudo são vantagens e Carlos Mendes sublinha que sente “a falta dos “eventos” do Facebook. Complementam as agendas culturais dos jornais (onde Lisboa e Porto são quase plenários), sobretudo para quem vive ou frequenta uma cidade periférica. Por outro lado, divertem-me os usos criativos dos “eventos”. De volta a André Barbosa, com um balanço do melhor e do pior da nova rede social: “Vantagens: imagens e vídeos maiores, possibilidade de publicar só para determinados círculos, mais fácil e intuitivo na configuração e no posting. Desvantagens: o chat do Facebook, embora esteja muitas vezes em baixo, é melhor – e mais prático, por exemplo para jornalistas que fazem dele uma ferramenta de trabalho; os detalhes das fotos (onde o G+ informa sobre data e hora em que foram tiradas e até o modelo da máquina) pode ser um golpe à tão alardeada privacidade”.
As novidades do Google Plus
Ao entrar na fase beta do projeto Google Plus e abrindo-o a todos os que queiram entrar, a Google anunciou novas alterações que visam tornar ainda mais apelativa a rede social. Ao todo, foram já feitas 100 alterações desde o lançamento da rede social que tornaram a experiência do usuário mais intensa.
A partir de agora, na zona de pesquisa é possível não apenas encontrar pessoas mas também conteúdo. “”Digite o que deseja encontrar na caixa de pesquisa do Google+ e retornaremos pessoas e posts relevantes, e também conteúdos populares de toda a Internet. Se tiver interesse em fotografia, por exemplo, você encontrará muitos outros entusiastas e muitas fotografias maravilhosas. Se você gosta de culinária, então encontrará chefs e comida de todos os lugares do planeta. Em todos os casos, os resultados de pesquisa do Google+ incluirão ítens que somente você pode ver, de forma que atualizações da família, por exemplo, serão tão fáceis de se encontrar como notícias internacionais”, afirma Vic Gundotra.
A outra grande novidade está nos hangouts (a conversação por vídeo até 9 pessoas. Agora já é possível transmitir hangout publicamente. Continuam a poder participar apenas nove pessoas, mas a conversa já pode ser vista por quantos o quiserem fazer. Uma boa notícia para os usuários que tinham de o fazer através de um site exterior ao projeto e que possibilita que experiências que têm vindo a ser feitas ganhem maior impacto, como os hangout concert de Daria Musk.
E a partir dos hangouts é agora possível a partilha de conteúdos, desde um print screen da tela/ecrã a Google Docs. “Passar o tempo junto também significa fazer coisas juntos. Por exemplo, jantares em família podem terminar em uma sessão de cinema, e encontrar velhos amigos pode terminar em compatilhamento de fotos ou no planejamento das próximas férias. O Hangouts oferece um conjunto básico de ações como chat em grupo e exibição de vídeos do YouTube, mas quisemos que outras coisas também fossem fáceis de ser feitas. Por isso, apresentamos alguns recursos adicionais que incluem compartilhamento de tela, para quando você quiser mostrar as fotos de suas férias, sua pontuação máxima no game, seu compilador de código ou o que quer que esteja na sua tela; caderno de desenho para quando você quiser desenhar ou simplesmente tomar notas coletivamente; Google Docs para quando quiser escrever, planejar ou apresentar alguma coisa para os outros; Hangouts temáticos: para quando quiser discutir um tópico ao vivo com outros usuários do Google+”.
E para aqueles que utilizam a rede social através do smartphone, a partir de agora também é possível participar em hangouts através do aparelho.
Facebook e Twitter reagem
O aparecimento em força do Google Plus levou o Twitter e o Facebook a reagirem e a dar mais serviços aos usuários. O Twitter foi mais discreto, inovando apenas na partilha de fotografias que passou a ser nativa. É apenas um pequeno passo, mas que torna mais interessantes os tweets e facilita a vida de quem gosta de partilhar e ver fotografias. E desde a semana passada é possível a integração entre as duas redes sociais, bastando para tal aderir ao serviço.
Quem mais sentiu o Google Plus como uma ameaça foi o Facebook. A rede social criada por Mark Zuckerberg começou por alterar as definições de privacidade, dando mais controlo aos usuários. Uma alteração que foi muito bem acolhida, uma vez que as constantes mudanças que o Facebook fazia sem consentimento expresso era uma das maiores críticas à rede social. Posteriormente, tornou mais fácil e intuitiva a partilha diferenciada de conteúdos, criou a opção de subscrição de usuários permitindo que sigamos os posts de pessoas sem termos de ser aceites como amigos e agora prepara-se para criar novas funcionalidades de interação. A conferência de desenvolvedores F8, que se realiza amanhã em São Francisco, promete novidades. O TechCrunch cita fontes dentro da empresa para noticiar que o Facebook vai passar a ter botões Quero, Lido, Ouvido e Visto.
A partir de agora já não precisa de convite para aderir ao Google Plus. A nova rede social é amiga do usuário, mas nos primeiros tempos pode perder-se. Daí que tenhamos feito um ebook a pensar naqueles que chegam à rede social, o “Google Plus: Guia para Principiantes”. Independentemente do êxito que o Google Plus venha a ter (25 milhões é muita gente mas o seu crescimento tem de ser rápido e sustentado), uma coisa é certa: o G+ veio mexer com o mundo das redes sociais e os usuários agradecem.
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