Com a promessa de revolucionar o mercado das novas energias, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em colaboração com o Grupo Efacec, desenvolveu uma tecnologia pioneira a nível mundial que utiliza células fotovoltaicas com soldadura de vidro assistida a laser para produzir energia a baixo custo, algo que pode revolucionar o mercado das novas energias.
A fabricação é de baixo custo, mas a garantia é de grande eficiência energética e durabilidade de até 25 anos. Estas são as principais características das novas células solares de perovskita (PSC), tecnologia desenvolvida numa parceria entre a FEUP e a Efacec. A novidade logo atraiu a atenção da empresa austaliana Dyesol, que acaba de comprar a patente pelo valor de 5 milhões de euros.
Adélio Mendes, professor catedrático da FEUP, assina a ideia que deu origem a esta nova tecnologia. Mas foi com a colaboração de Alberto Barbosa (EFACEC) e com a contribuição da Agência de Inovação (QREN), CUF-QI, CIN e EDP que a ideia avançou para a concretização de dois projetos em consórcio – Solarsel e WinDSC – no âmbito dos quais a tecnologia de selagem foi, efetivamente, desenvolvida.
Segundo informações adiantas pela própria FEUP, a parceria com Efacec teve crucial importância que fosse possível introduzir esta tecnologia no mercado a um custo muito baixo, mantendo as características que a tornam única a uma escala mundial e bastante competitiva quando comparada com a tecnologia de silício utilizada atualmente no mercado das energias. “Trata-se de mais um caso de sucesso de parceria entre a Efacec e o mundo universitário”, explica Alberto Barbosa, membro do Conselho de Administração da Efacec, que ressalta, ainda, o potencial desta tecnologia e a relevância destas parcerias académico-empresariais.
Adélio Mendes reforça a importância deste tipo de parcerias e negociações internacionais: “ao vendermos tecnologia de ponta a empresas internacionais estamos a dar provas da nossa capacidade de I&D&I para produzirmos valor industrial, e podemos mais facilmente captar novos investimentos para tantos outros projetos de valor que temos em mãos na Faculdade de Engenharia.”
Depois de comprar a patente, a Dyesol pretende terminar a produção de módulos de demonstração do protótipo até 2016 e alargar e massificar a sua produção a partir de 2018. Animado com as perspetivas comerciais, Ian Neal, presidente da empresa australiana de energias sustentáveis, mostra-se satisfeito com a aquisição da tecnologia e explica que “a durabilidade é o maior desafio técnico neste mercado e esta tecnologia de soldadura tem o potencial de garantir mais de 20 anos de vida aos produtos”.
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