Cibercrime vale mais que tráfico de droga
O valor global do cibercrime foi avaliado em 388 bilhões de dólares, o que “custa ao mundo significativamente mais do que o mercado obscuro da marijuana, cocaína e heroína em conjunto”. A cada segundo, 14 adultos são vítimas de alguma forma de cibercrime.
O Relatório do Cibercrime 2011 efectuad pela Symantec-Norton conclui que “mais de dois terços dos adultos online (69%) já foram vítimas de cibercrime ao longo da sua vida. A cada segundo 14 adultos são vítimas de cibercrime, o que resulta em mais de um milhão de vítimas de cibercrime todos os dias. Pela primeira vez, o Relatório Norton de Cibercrime revela que 10% dos adultos online já foram alvo de cibercrime no seu telemóvel.”
Pela primeira vez o Norton calcula o custo global do cibercrime: “114 mil milhões de dólares anualmente . Acresce a este valor mais 247 mil milhões de dólares, cálculo do valor de tempo gasto pelas vítimas devido às suas experiências de cibercrime. Com 431 milhões de adultos, em todo o mundo, vítimas de cibercrime no ano passado, e um preço anual de 388 mil milhões de dólares globalmente, baseado nas perdas financeiras e de tempo, o cibercrime custa ao mundo significativamente mais do que o mercado obscuro da marijuana, cocaína e heroína em conjunto (288 mil milhões de dólares”.
A Symantec apresentou ontem em Lisboa o seu relatório do cibercrime 2011.
“Existe uma séria discrepância na forma coma as pessoas vêm as ameaças de cibercrime,” disse Adam Palmer, Norton Lead Cybersecurity Advisor. “O cibercrime é muito mais prevalecente do que as pessoas imaginam. Nos últimos 12 meses, os adultos estudados sofreram três vezes mais crimes online do que crimes offline; ainda menos de um terço dos inquiridos pensa ser mais propenso a tornar-se vítima de cibercrime do que de crime físico no próximo ano. E, ainda que 89 por cento dos inquiridos concorde que é necessário fazer mais para levar os cibercriminosos à justiça, combater o cibercrime é uma responsabilidade partilhada. Requer de todos nós ser mais alertas e investir na nossa segurança online.”
A discrepância entre consciência e acção é ainda ilustrada pelo facto de 74 por cento dos inquiridos dizer que apesar de estarem sempre alertas para o cibercrime, muitos não estão a tomar as devidas precauções. 41 por cento dos adultos indicaram não ter um software de segurança actualizado para proteger a sua informação online, menos de metade revê os extractos do cartão de crédito regularmente para identificar fraudes (47%), e 60 por cento não usa passwords complexas ou não as muda regularmente. Entre os que acedem à Internet via telemóveis, apenas 16% instala a segurança para telemóvel mais actualizada.
O estudo identifica homens ente os 18 e os 31 anos de idade (geração millennial: nascida entre 1980 e 1992), que acedem à internet através dos seus telemóveis como sendo as vítimas mais prováveis: neste grupo, 4 em 5 (80%) foram vítimas de cibercrime. Globalmente, o mais comum – e mais evitável – tipo de cibercrime são os vírus de computador e malware com 54% dos inquiridos a responder que já foram vítimas deste tipo de cibercrime na sua vida. Os vírus são seguidos pelos scams online (11%) e mensagens de phishing (10%). Ainda antes, este ano, o Relatório de Ameaças à segurança na Internet encontrou mais de 286 milhões de variações únicas de software malicioso (“malware”) em comparação com os 240 milhões reportados em 2009, representando um aumento de 19 por cento.
Como prevenir?
Já sabe que não deve clicar em links enviados por email dado generalidade das organizações não lhe pede para confirmar dados por email e deve ter todos os seus dispositivos protegidos por anti-virus. Não apenas os computadores, mas também os smartphones e os tablet. Ao fim e ao cabo, a melhor forma de combate ao cibercrime é a prevenção.
Ontem, a Norton apresentou dois novos produtos. A empresa está a reforçar esta iniciativa com tecnologia móvel e baseada em cloud, incluindo novas funcionalidades nos produtos Norton 2012 (Norton Antivirus e Norton Internet Security) e introduzindo o Norton Tablet Security e o Norton Anti-Theft. Também a Kaspersky Lab lançou recentemente os seus produtos para 2012: o Kaspersky Anti Virus e o Internet Security e a Bit Defender anunciou os novos Internet Security e Total Security.
Os novos produtos das várias marcas têm em comum a adaptação aos novos dispositivos e às novas estratégias de ataque dos cibercriminosos.
Cuidado com If I Died e I’m Loving it
Duas novas ameaças foram detetadas nos últimos dias pelos especialistas de segurança. Um caso de phishing normal e um ataque através do Facebook.
If I Died é um aplicativo do Facebook que está a ser utilizado para a instalação de malware nos PCs que uma vez instalado permite conhecer as palavas passe dos usuários e, consequente, obter informações sobre o mail, contas bancárias, etc.
ABitDefender alerta: «Os usuários recebem um correio electrónico no qual se lhes oferece a possibilidade de descarregar uma aplicação para o Facebook chamada “If I Die” que permite deixar uma mensagem para os seus seres queridos para que o oiçam depois da sua morte. Contudo, se os utlizadores descarregarem o arquivo em anexo que está incluso no e-mail, o que falecerá será o seu computador, já que será vítima de um ataque combinado que inclui uma infecção de um keyloger e um backdoor».
Já o slogan da McDonalds “I’m loving it” está a ser utilizado para um ataque maciço de phishing, de acordo com a kaspersky Lab. Os cibercriminosos prometem 60 euros a quem preencher um falso questionário da empresa de fast food. No final, afirmam, só terá que dar todos os dados do cartão de crédito. “Curiosamente, o endereço no campo “De” é: [email protected]. Os especialistas da Kaspersky Lab aconselham a ter sempre em conta os “s” adicionais no nome do domínio, já que a criação de endereços falsos que diferem dos autênticos apenas por uma letra é um truque muito comum”, lê-se no comunicado.
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